Os educadores estão adoecendo por toda parte. Alguns  com depressão, outros com síndrome de desistência e há tantos outros adoecendo de  envelhecimento, envelhecimento pedagógico. Muitos educadores de fato adoecem na escola por conta do excesso de trabalho e a cobrança mal realizada por suas gestões – isso é fato. Outros adoecem por conta da demanda que as crianças e os jovens trazem, todas ligadas às suas famílias e aos contextos sociais nos quais estão inseridas. E é o educador que precisa dar cabo nessas demandas.

Acontece que há limites  na condição emocional e mental do professor e da professora. Ambos têm famílias, filhos, casamentos e demais situações sociais que também precisam de atenção. É essa sobreposição e papeis e de cobranças que levam muitos educadores ao quadro mais triste que vemos na escola – o adoecimento por envelhecimento pedagógico. O professor adoece e não se recria mais. O professor adoece e não se transforma mais. O professor adoece e não se atualiza mais. O professor adoece e não ouve mais.

O resultado desse adoecimento é a multiplicação da “desvontade” e do não querer. Quando o educador não quer seus alunos dificilmente quererão. A lógica é sempre esta. Dá a seu educador condições de criação, em plena harmonia com o meio e com o trabalho que ele pode realizar e ele fará uma revolução. Revolução de saber, revolução de conhecimento, revolução de almas. Professor transforma seres humanos e seres especiais, capazes do protagonismo e do novo, mas para isso esses educadores precisam ser curados de seus adoecimentos de anos. Olhe para os professores que estão à sua volta e ao perceber o menor dos sinais desses adoecimento, ofereça escuta, ofereça diálogo, ofereça ajuda. Juntos, se faz a escola.

Prof. Dr. Geraldo Peçanha de Almeida